quarta-feira, 4 de abril de 2012

Direito de Morrer 

Ouve-se muito falar em eutanásia, que não é tão praticada quando relacionada ao seu oposto, a distanásia. A distanásia consiste em um ato médico onde retarda o processo de morrer, porém o paciente é submetido a sofrimentos e torturas. Já a eutanásia é entendida como uma antecipação da morte de um paciente, promovida por um terceiro, não necessariamente um médico. 
A distanásia, ao ser praticada, exige muito do paciente; o que será melhor: morrer ou viver sob tortura? Distanásia é comparada a mamba, uma cobra peçonhenta que propicia antes da morte quase certa, muito sofrimento. 
Decisões a serem tomadas em relação a prolongar ou adiantar o processo de morte são muito difíceis, até mesmo pelo fato de a família exigir e ter uma confiança exacerbada na alta tecnologia ofertada e no conhecimento que os médicos possuem; quanto mais sofisticado o hospital mais equipamentos sofisticados existem, onde aumenta a oferta da distanásia; por outro lado tem a fé divina que querendo ou não acaba se atrelando ao tratamento. O fato é que nenhum médico quer se dá por incompetente, muito menos a família quer perder o ente mesmo que debilitado. Por esses fatores a distanásia é muito praticada, porém ineficaz e sem resultados agradáveis. 
Um paciente em fase terminal, já está com o organismo muito fragilizado. Viver dependendo de terceiros, é vegetar, sugar e sofrer; cansa quem está debilitado, cansa a equipe médica, cansa a família, enfim dizem que “há males que vêem para o bem”; no caso de um paciente no fim da vida seria mais viável adiantar o processo de morrer. A distanásia é praticada geralmente por quem crer na cura ou está a espera da ortotanásia (morte correta, natural). 
Este assunto tem sido debatido por éticos e juristas no mundo inteiro; a morte não é entendida como uma fase do ciclo natural da vida, e sim, como falha médica. Os temas envolvendo situações limites, como a morte, sempre despertam conflitos de opiniões, desejos e interesses. O importante para que a distanásia não ocorra, é manter o foco no ser humano, no bem-estar do homem. 

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